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Elizabeth Savalla sobre 30 anos de relação em casas separadas: "Algo sábio"

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Elizabeth Savalla (Foto: Selmy Yassuda/ Ed. Globo)

 

Elizabeth Savalla, a Cunegundes de Êta Mundo Bom!, não nega que é mandona como sua personagem na novela das 6. “Eu era chamada de general pelos meus filhos”, conta a atriz de 61 anos, referindo-se a Thiago, de 39, Diogo, de 38, e aos gêmeos Cyro e Tadeu, de 35, de seu casamento de 11 anos com o ator Marcelo Picchi, de 67. Há 30 anos com o arquiteto e produtor cultural Camilo Áttila, de 70, ela assume, porém, que o atual marido também tem personalidade forte. “Se não tivesse, não estaríamos juntos até hoje.” Ainda assim, Savalla – ela não gosta de ser chamada de Beth – não abriu mão do que considera ser a receita de um relacionamento duradouro: cada um mora na sua casa. Divertida e tagarela, a atriz conta que, mesmo com cada um no seu canto, oficializou a união há cinco anos, numa igreja messiânica de Botafogo, no Rio.

"Ele me pediu em casamento e resolvi aceitar. Ele devia estar com alguma culpa”, brinca Savalla, comentando em seguida por que emendou uma relação na outra. “Pois é, não tinha pensado nisso! Mas não fui muito de paquerar. Você acredita que eu nunca fui cantada na Globo? Sabe por quê? Fico amiga rapidamente, é uma forma de me preservar.”

QUEM: Você e seu marido estão juntos há 30 anos, mas nunca moraram sob o mesmo teto. Por quê?
Elizabeth Savalla:
Porque somos inteligentes (risos)! Olha, quando nos conhecemos, tínhamos filhos de idades parecidas, entre 6 e 9 anos. Eu tinha quatro meninos e ele, dois (Mihay, de 37, e Igor, de 35). Imagina colocarmos todos dentro de uma casa de uma vez só? Não íamos ficar nem três meses juntos!

Há cinco anos vocês fizeram uma cerimônia religiosa. Como decidiram isso?
ES:
Ele me pediu em casamento e resolvi aceitar. Ele devia estar com alguma culpa (risos). Mas tudo começou quando a gente saiu para jantar, tomar um vinho, e ele perguntou o que nós faríamos para celebrar nossos 25 anos de união, ou namoro, sei lá. Ele cismou que tínhamos de fazer algo especial. Acabou que mandamos realizar um culto na igreja messiânica que eu frequento. E ele é ateu! Mas é aquele ateu que me pede para rezar por ele, sabe? Foi  emocionante! Meu pai (Francisco, de 83) entrou comigo na igreja, minha sobrinha foi uma das damas de honra, meu marido com a neta dele de 1 aninho no colo... Tínhamos de celebrar mesmo. E seis meses depois meu pai faleceu (ela se emociona).

Você se vestiu de branco?
ES:
Claro que não! Mas fui numa loja e comprei um vestido verde, de veludo, muito bonito. Mas sabe o que o Áttila falou quando me viu? “Nossa, de que teatro você roubou essa cortina (risos)?”

Seu primeiro casamento foi aos 20 anos (com o ator Marcelo Picchi). Arrependeu- se de ter se casado tão nova?
ES:
Realmente, a gente era muito criança. Eu era virgem! Na minha época, ninguém mais era virgem. Na Escola de Artes Dramáticas de São Paulo, onde estudei teatro, as pessoas me olhavam como se eu estivesse com lepra. Ficamos juntos durante 11 anos e tivemos quatro filhos. Seis meses depois que nos separamos, conheci o Áttila.

Você nunca ficou sozinha...
ES:
Eu e o Áttila ficamos dois anos separados. Eu fazia Alma Gêmea (2005). Nossa, sofri e chorei muito. Senti uma falta dele! Até que um dia eu falei: “Vamos voltar!”. Ele falava que não me amava, mas eu dizia que amava pelos dois. Acabamos voltando. E, depois de alguns anos, ele ainda me pediu em casamento. Devemos valorizar o que temos. A vida é muita rápida e nenhum encontro é por acaso.

Vocês repensam a decisão de morar separados?
ES:
Já trabalhamos juntos fazendo teatro, viajamos o país com peças. Precisamos ter um descanso, senão um dia um enforca o outro. E, quando vou para a casa dele, ele me trata feito uma rainha! Leva café da manhã na cama, faz comida... Aí também vou e arrumo a casa dele toda. Aquela pia da cozinha fica brilhando de tanto que eu esfrego. Mas, outro dia, me deu vontade e fui embora às 22h! Queria dormir na minha cama e no meu ar-condicionado, porque o ar dele não pode ser gelado e eu amo ar gelado! Sabe o que acaba com um casamento? São essas pequenas coisas. Não morar junto é algo sábio na minha vida.

E como manter a paixão?
ES:
Às vezes, a gente quer mesmo é tomar um banho, botar aquela camisola puidinha e ficar comendo pipoca na frente da TV, feliz da vida. E com o ar-condicionado ligado bem forte! Só que, de vez em quando, tem que ir ao cinema com o marido, botar uma roupinha melhorzinha, uma calcinha diferente, apimentar a relação, tomar um vinho, senão vira irmão, entende? Até porque... não tem homem no pedaço, minha gente!

Elizabeth Savalla (Foto: Selmy Yassuda/ Ed. Globo)

 

Por que você fez poucas novelas no horário das 9?
ES:
Nunca tive problema com horário, acho isso uma grande bobagem. Claro que há um número maior de pessoas assistindo à novela das 9, mas hoje as pessoas estão na internet também, tudo mudou. E quer público melhor que o das 6? São aquelas senhorinhas que hoje vão ao teatro, que me conhecem desde menina (a estreia foi em Gabriela, com a inesquecível Malvina, em 1975). Quando elas morrerem, vou ficar sem público. Mas o que posso dizer é que dou minha alma e meu sangue para contar aquela história, para fazer as pessoas sonharem. A nossa função como artista é maior do que o horário em que a gente está.

Como você tem cuidado do seu corpo?
ES:
Não faço exercício e não uso os cremes que a minha dermatologista pede para eu comprar. Tenho preguiça de passar creme na hora de dormir, ficar toda lambuzada, não gosto. Tudo bem que há mulheres lindas com a minha idade: elas se cuidam, é uma questão de opção... O que eu fiz foi reposição hormonal, mesmo antes de a menopausa chegar, com 56 anos.

Por que você não gosta que a chamem de Beth?
ES:
Na imprensa, não. Na vida real, tudo bem. Mas, na verdade, na TV Globo, na qual estou há 41 anos, só me chamam de Savalla. Já meu marido me chama de Bichinha. Ele é nordestino. E, na minha casa, quando a minha mãe me chamava de Beth, era porque ia me dar uma bronca (risos). Mas também só virei Elizabeth, com h, há 30 anos! No meu registro, estava Elizabete. Minha mãe (Isabel) queria que meu nome fosse igual ao da rainha. Fiz a vontade dela e mandei até uma cópia da nova certidão.

Você faz mapa astral, acredita em astrologia?
ES:
Já fiz mapa astral e gosto desses assuntos. E digo que estamos passando por um ano complicado, com Marte em cima do planeta Terra. E Marte é o símbolo da guerra, do fogo, da destruição. Estamos todos irritados. É só ver o que está acontecendo no mundo!

Você se acha uma pessoa calma ou mais estourada?
ES:
Procuro ser mais da paz. Claro que, de vez em quando, perco as estribeiras. Sou sagitário, signo do fogo! Mas tento me controlar, me aprimorar... Acho que isso vem da educação que os meus pais me deram. E tentei seguir o exemplo deles na educação dos meus filhos.

Não é uma tarefa fácil...
ES:
Não podemos deixar só para os professores a tarefa de educar. Até porque eles têm 40 alunos dentro de uma sala de aula! Os meus filhos aprenderam desde cedo a falar “obrigado”, “por favor” e “com licença” a todo mundo. O porteiro do prédio, por exemplo, tem que ser chamado de “senhor”. Como não? Quem tem berço não é quem tem dinheiro, é quem tem educação.

Elizabeth Savalla (Foto: Selmy Yassuda/ Ed. Globo)

 


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