
Duda Reis e Nego do Borel protagonizam um novo capítulo de seu conflito judicial, que começou menos de um mês após terminarem o noivado. Após o cantor prestar uma queixa crime contra a atriz pedindo sua condenação por 31 crimes, ela desabafou em seu Twitter nesta quinta-feira (22) sobre a atitude do funkeiro.
A atriz registrou em janeiro um Boletim de Ocorrência contra o cantor na Delegacia de Defesa da Mulher em São Paulo. No documento, Duda afirma ter medo de que ele vaze suas fotos e vídeos íntimos. Ela ainda acusou o ex de estupro de vulnerável. Ao todo, ela fez cinco acusações, entre elas lesão corporal, violência doméstica, injúria e ameaça.
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Em sua rede social, Duda diz ser "humilhante" o "agressor denunciar a vítima de violência doméstica".
"E mais uma vez o agressor tentando calar a vítima. Até quando, Justiça Brasileira? 31 acusações do próprio agressor para com a vítima que o denunciou… uma vergonha e um desserviço! Humilhante, depois de denunciar as mesmas coisas [feitas] com diversas ex-companheiras, receber isso. Exausta", começou ela.
"Sendo denunciada pelo agressor, apenas por… falar. Como algumas marcas ainda contratam homem que bate em mulher? Pra quem não está entendendo do que está acontecendo: macho agressor tentando calar a mulher vítima de violência doméstica", escreveu Duda, publicando um trecho de uma notícia sobre o caso.
O trecho publicado e repostado pela artista informa que Nego afirma que ela não conscientizou mulheres, mas praticou crime ao publicar vídeos na internet que prejudicaram sua imagem.
Procurada por Quem, a advogada do funkeiro não confirmou as denúncias e disse que se pronunciaria sobre o assunto somente na próxima sexta (22).


Bella Borges, advogada de Duda, se pronunciou em seu Instagram sobre as denúncias do funkeiro.
"Ontem a mídia noticiou informações sobre uma queixa crime apresentada pelo Leno Maycon à Justiça em uma afrontosa tentativa de silenciamento da minha cliente, na qual ele imputa a ela uma série de crimes contra a honra, como injúria e difamação por ela ter denunciado os fatos de violência nas suas redes sociais", começou a representante legal por Duda no caso.
"A verdade é que essa queixa crime tenta transformar em ré uma vítima de violência doméstica em grave ofensa ao seu direito constitucional à liberdade de expressão. Direito, inclusive, reconhecido pela Justiça em outra ocasião, quando o agressor tentou impedir que ela divulgasse em suas redes sociais qualquer informação sobre o caso. Na outra ocasião, quando ele tentou impedir que ela falasse a público, a Justiça reconheceu que a mulher em situação de violência doméstica tem o direito de falar, de se expressar, em especial quando os fatos que ela publica ou se manifesta publicamente são objetos de inquérito policial instaurado para apurar esses fatos", continuou ela.
"Em uma sociedade que deslegitima o papel da mulher que reúne esforços para ser ouvida, para denunciar, contar o que viveu, valorizar a palavra dessa mulher é um caminho muito importante quando a gente pensa no combate efetivo à violência contra a mulher", reflete.
"Nesse debate é muito comum que a fala da mulher seja usada contra ela para descredibiliza-la, para que ela seja vista perante toda a sociedade como louca, mentirosa, ou uma pessoa que cria, que fantasia uma violência que nunca existiu. Transformar a fala de uma mulher vítima de violência doméstica, que denuncia, em um instrumento apto a criminalizá-la por ter falado e contado sua versão sobre os fatos é um total desserviço a sociedade. Além dessa mulher estar sendo revitimizada, já bastante fragilizada, esse acaba sendo um meio que incentiva que mais mulheres não façam isso, não denunciem para que não sofram retaliações ou sejam expostas como a outra que foi", diz a advogada.
"Denunciar, falar, reunir esforços pra isso e ainda ser culpabilizada por isso é inaceitável. Perseguir a mulher por meios institucionais instaurando inquéritos policiais ou distribuindo queixas crime pode ser uma forma muito sofisticada de violência contra a mulher, e uma forma de oprime muito as mulheres no nosso país, já que poucas têm condição para contratar escritórios de advocacia para defendê-las nesse processo. E isso acaba gerando alto nível de violência não denuciada", acrescenta Bella.
A representante ainda citou o fato de Nego do Borel ter sido indiciado na última quarta-feira (21) por violência doméstica pela delegacia de atendimento à mulher (Deam) de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, após as acusações da ex-namorada Swellen Sauer.
"Outro ponto importante da gente falar é uma notícia que saiu ontem do indiciamento do Lenon em outro caso de violência doméstica. Isso tem feito com que as pessoas questionem se o caso da Duda não teria ido adiante porque, no caso dela, ainda não teve indiciamento. O caso da Duda é um pouco diferente do da outra vítima, porque ela narra além disso outros crimes, como de violência sexual e psicológica. E esses crimes demandam períciais específicas para apuração, por isso ela foi submetida pela polícia a uma perícia psiquiátrica que inclusive revelou recentemente que ela sofre de estresse pós-traumático, que é muito comum em vítimas de violência doméstica", concluiu Bella.
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