Zendaya é a capa da nova edição da W Magazine, e na entrevista relembrou o episódio em que sofreu comentários racistas da apresentadora Giuliana Rancic na cerimônia do Oscar, em 2015, por conta de seus cabelos, que na época estavam com dreadlocks. A vencedora do Emmy também refletiu sobre a importância da representatividade e da diversidade nos visuais.
Na conversa, Zendaya relembrou quando Giuliana, que é apresentadora do Fashion Police - um programa que destaca e discute os looks das premiações - disse que seu penteado com dreadlocks a fazia parecer que "cheirava a óleo de patchuli ou erva daninha".
"Alguém disse algo sobre meu cabelo no Oscar que me deixou pasma. Não porque eu estivesse gostando de críticas entusiasmadas sobre roupas, mas porque fui atingida por calúnias ignorantes e puro desrespeito. Dizer que uma jovem de 18 anos com dreadlocks deve cheirar a óleo de patchouli ou 'erva' não é apenas um grande estereótipo, mas escandalosamente ofensivo. Normalmente não sinto a necessidade de responder a coisas negativas, mas certas observações não podem ser desmarcadas."
Na época, a atriz chegou a se posicionar no Instagram, chamando os comentários de Rancic de "escandalosamente ofensivos". “Há uma linha tênue entre o que é engraçado e desrespeitoso”.
Seis anos depois, Zendaya refletiu sobre o que sofreu com os comentários de Rancic: "É assim que as mudanças acontecem. E isso me fez pensar: 'Como eu poderia sempre ter um impacto duradouro sobre o que as pessoas viram e se associaram a Pessoas de Cor?'", disse, acrescentando que as pessoas deveriam ouvir a canção I Am Not My Hair, da cantora India Arie, "e contemplar um pouco antes de abrir a boca tão rapidamente para julgar"
Desde o episódio - no qual Rancic até chegou a se desculpar, falando que seus comentários tinham apenas a ver com o estilo e negou intenções racistas na fala - Zendaya vem emergindo como uma das mulheres ativistas mais influentes de Hollywood e continua a celebrar a cultura negra por meio de seu trabalho e moda.
Na própria capa da W Magazine, em que ela posa com o John David Washington, ela ponderou: "Dois atores negros neste cenário parecem reescrever a história de uma maneira elegante, como uma espécie de velho Hollywood que gostaríamos que existisse. É quase como consertar um erro".