
Marcelo Médici, 48 anos de idade, volta à TV como Sanderson, do humorístico Vai que Cola, que chega à grade da Globo nsta segunda-feira (21). De acordo com o ator, o elenco seguiu um protocolo bem rigoroso e foi desafiador. "Éramos testados três vezes por semana antes das gravações e toda a equipe também. Afinal, dez atores aparecem em cena mas temos dezenas de profissionais nos bastidores", afirma ele em conversa com Quem.
Longe das novelas desde o ano passado, quando atuou em em Órfãos da Terra, e formou dupla com Nicette Bruno, que viveu a judia Ester, sua mãe na história, Marcelo não esconde a dor pela perda da veterana, que morreu no domingo (20), em decorrência de complicações da Covid-19. "Fizemos três novelas juntos na TV e nunca a vi mal humorada, nunca reclamando de nada, nunca se colocando acima de ninguém. Na última novela, ela foi minha mãe e tivemos muitos ataques de riso... A imagem que fica na minha lembrança é a de uma grande atriz se divertindo com a alegria de uma novata, de tanto que amava o que fazia. Contracenar com Nicette Bruno era um espécie de prêmio, pela imensa atriz que era, e pela generosidade verdadeira. Nos falamos ao telefone há pouco tempo, combinei de passar na casa dela e levar bombons de cereja, que ela comia escondido feito criança levada", escreveu o ator, afirmando estar "devastado e chorando", assim como vários famosos que lamentaram a morte da atriz.

Ao fazer um balanço de 2020, ele enaltece os serviços essenciais. "Não fui contaminado, mas muita gente teve que trabalhar mesmo se colocando em risco, porque não existia alternativa. Fica, então, minha gratidão aos profissionais da saúde, aos que trabalharam em serviços essenciais, funcionários dos mercados, transportes públicos, farmácias, limpeza e aos motoboys, profissão do Sanderson."
Quem: Como foi gravar o Vai que Cola em meio à pandemia?
Marcelo Médici: Primeiro, vem o medo, mas a produção ofereceu um protocolo de segurança muito sério, idealizado por infectologistas e enfermeiros presenciais. Éramos testados três vezes por semana antes das gravações e toda a equipe também. Afinal, dez atores aparecem em cena mas temos dezenas de profissionais nos bastidores.
Feliz com a possibilidade de apresentar o Sanderson ao público da TV aberta?
Muito feliz, pois esse personagem me acompanha praticamente desde o começo da minha carreira. Nasceu numa brincadeira de camarim, depois foi pros palcos, com ele ganhei o Premio de Humor no Multishow em 98, depois fiz na Praça é Nossa, no show Terça Insana, no meu solo Cada Um Com Seus Pobrema e, finalmente, no Vai Que Cola, no canal Multishow. Agora na TV aberta, acredito que o personagem se aproxima novamente de um número maior de espectadores.

Vai que cola mostra uma temporada de férias no litoral. Férias na praia acabam sendo um clássico. Você tem recordações de perrengues no litoral?
Sim, passei muitas férias no apartamento de um tia em Santos [no litoral de São Paulo]. O apartamento era de frente pra praia, eu amava, queria morar ali!. Sou paulista do concreto, então ir dormir e acordar olhando pro mar era realmente delicioso. São lembranças muito fortes. Como era apartamento de veraneio, ficava muito tempo fechado. Quando a gente chegava, a geladeira dava choque, a pia vazava, o chuveiro tinha queimado, o botijão de gás estava vazio (risos). Era uma semana até consertar tudo.
O ano de 2020 foi atípico. O que tira de positivo dele?
Difícil destacar algo de positivo... O número de mortos, pessoas próximas internadas, a luta que a imprensa e os profissionais da linha de frente travaram para informar o quão grave é essa pandemia. Não fui contaminado, mas muita gente teve que trabalhar mesmo se colocando em risco, porque não existia alternativa. Fica, então, minha gratidão aos profissionais da saúde, aos que trabalharam em serviços essenciais, funcionários dos mercados, transportes públicos, farmácias, limpeza e aos motoboys, profissão do Sanderson. Eles foram e continuam sendo fundamentais.

Ficou com medo ou chegou a "dar uma pirada"?
Fiquei com medo claro, mas não pirei. Estive atento às informações. Adquiri um pacote de máscaras bem no comecinho da pandemia, quando ainda estava acontecendo na Itália. Ninguém tirava da minha cabeça que a máscara era a melhor proteção. Veja bem, comprei uma caixa, quando ainda nem existia máscara de pano... Quando as máscaras sumiram absolutamente do mercado, consegui mandar algumas unidades para pessoas próximas. Acredito que o uso de máscaras ainda vai ser necessário por um tempo.
Já está com planos engatilhados para 2021? Ou tem preferido viver um dia de cada vez?
Sim, em janeiro estreia Pai em Dobro, um filme lindo de morrer que fiz com a Maisa e com o Du Moscovis, roteiro de Thalita Rebouças e direção de Cris D’Amato. Será lançado no dia 15 de janeiro, na Netflix. Também começo gravar um novo programa para o Multishow com Marcus Majella, Solange Couto e Simone Gutierrez. Depois, tenho uma nova série na Netflix e em junho, se tudo der certo, volto aos palcos com a comédia Teatro Para Quem Não Gosta, ao lado de Ricardo Rathsam. Ganhamos o Prêmio do Humor como melhor espetáculo de comédia e eu estou morrendo saudade dos palcos. Além disso, ao que tudo indica, começamos mais uma temporada de Vai Que Cola.
