
Um dos comediantes de maior destaque do momento, Paulo Vieira participou de um bate-papo com Quem, em uma live no Instagram, na tarde desta sexta-feira (4). Na conversa, o humorista relembrou o seu passado quando ainda morava em Palmas (TO), onde atuou em diversos grupos de teatro e produções de cinema até se mudar para São Paulo (SP) e chegar à televisão.
“Temos que ter orgulho de onde viemos, de quem somos. Trabalhei desde cedo isso. Vendi salgado na rua com um carrinho de mão, coberto com um tecido, na porta da escola para adolescentes da minha idade. Estudava numa escola pública do centro da cidade. Aprendi muito cedo a não ter vergonha, de mostrar que sou filho de salgadeiro, de ser pobre e ter passado dificuldade, e não me concentrar nisso. Meu discurso não é sobre a tristeza disso. No Minha Vida, o quadro fala sobre afeto, cultura, hábitos e família, e não sobre economia. Quando tua escola te vê vendendo salgados, ou você assume ou vai ter vergonha para sempre. Assumi e colho frutos porque meus amigos são os mesmos até hoje”, declara.
Na terra da garoa, ele apresentava seu show de stand-up comedy. Participou e venceu os prêmios de humor: Quem Chega Lá, do Domingão do Faustão, Prêmio Multishow de Humor, do Canal Multishow, Prêmio Risadaria de Humor, pelo melhor stand-up do ano, dentre outros.
“Antes, fiz inauguração de supermercado e muito evento roubada. Já me apresentei depois de banda. Vaiaram quando foi anunciado um show do stand up. A gente vence mais para jogar na cara dos pais. Ele falou ‘desculpa por ter duvidado’. Um vez recebi o convite para Encontro com Fátima e achei que fosse o Encontro com Fátima Bernades, que ia andar de carrinho na Globo. Mas era um encontro das amigas com Nossa Senhora de Fátima, em Palmas. Mas no dia eu falei pra santa ‘você me paga’. Mas toda vez que a Fátima passa por mim no Projac com o carrinho e diz ‘oi, Paulo’, com tanta intimidade, mentalizo alguma professora que disse que eu não ia vencer”, ironiza.
Atualmente contratado pela Globo, Paulo faz parte do elenco do Zorra e fez participações em a Escolinha do Professor Raimundo e no Se Joga, com Isso É Muito Minha Vida. O artista também tem o quadro Como Lidar?, no Fantástico, o programa Cada Um no Seu Quadrado e o podcast Fora de Hora.

“Gosto muito de fazer todos os projetos. Como tenho funções diferentes, gosto de fazer todos eles. No Zorra, não me meto em nada do texto. No Cada Um no Seu Quadrado, exercito meu apresentador. Simpatia, conversa fluída e desenhar para o público a piada interna. No Isso é Muito Minha Vida, é um carinho especial por seu autoral e pessoal. Faço minha mãe, boa parte das cenas já aconteceram, faço com amigos que não são da Globo, que a emissora deixou… até pelo ineditismo. Se puder não me tirar nenhum, Globo, te agradeço”, brinca.
Lado empreendedor
Paulo Vieira também é dono da agência Viva Jalapão, que administra com a namorada, Ilana, e mantém um projeto social com a empresa com os moradores da região. “A gente gosta muito da região do Jalapão, tem turismo de base comunitária. Levar os turistas para a casa dos moradores e fazer o dinheiro rodar ali. A gente criou a agência para patrocinar nosso pretexto, que é construir uma escola ali. Os pacotes são para construir a escola e pagar os professores futuramente. A gente tenta fazer com que o turista pegue a atração o mais vazia possível. A gente sentiu que grupos de mulheres têm medo de viajar. Você percorre o parque todo de carro, e vamos criar o Jalapão Femme, com guia mulher e só pode ir mulher. A gente o motivo delas se sentirem assim.”
Gordofobia
Paulo ainda respondeu perguntas do leitores de Quem sobre gordofobia. “O mais difícil é lidar com o que ela faz de pior, que é destruir seu psicológico. A primeira batalha é interna. Ela faz você não se sentir merecedor. Sentia isso quando pegava cenas de casal. Você começa a se sentir longe de alguns lugares na TV, quando na vida eu sou um casal. Tem outra, mais difícil de romper, que é sobre patrocinadores. Todo mundo fala que TV não dá dinheiro, e sim publicidade. Por eu ser um cara preto, gordo e do norte, trato isso com muita naturalidade. Por mais que seja difícil, acredito no poder da persistência e é um muro que vai cair.”