Carlos Vereza contou ao jornal "O Globo" deste sábado (9), que já pensou em tirar a própria vida. Em 1990, ele rompeu o tímpano durante uma cena da série "Delegacia de Mulheres" e sentia como se a cabeça estivesse tomada por um enxame de abelhas. Os problemas foram agravados por um acidente de carro que causou danos à sua coluna. Sem trabalho e saúde, o ator perdeu o ânimo para viver.
"Pensei em suicídio, claro que pensei", lembrou ele ao jornal. "Eu ia de clínica em clínica e ninguém resolvia nada. Numa, chegaram a dizer 'Ai, ó, se deu bem. Vai ficar no quarto em que ficou Raul Seixas', como se fosse um upgrade para a minha doença. E tome injeção. Eu me sentia como se estivesse rodando em cima de um LP", disse o ator. "Dava para imaginar por que o Raul Seixas gostava daquele lugar".
Vereza havia passado por outra fase difícil nos anos 70, quando era militante político do Partido Comunista Brasileiro. "Naquela época, ou você entrava para a luta armada ou fugia do país. Eu não queria nenhuma das duas coisas. As drogas foram a minha saída", explicou o ator, que chegou a ser preso duas vezes e sequestrado outras duas. "Tive sorte, estava fazendo 'Cavalo de Aço', não poderia desaparecer de repente. O Tarcísio Meira foi de quartel em quartel atrás de mim até eu aparecer"
O ator, que em abril estreia a peça "O Teste", no Rio de Janeiro, também disse ter visto a materialização do espírito e falou sobre sua crença na vida após a morte. "Eu sou p. velha, cara, criado no cinema, não ia cair em picaretagem. Não tem truque, não tem mágica ali. É irrefutável. A reencarnação é um fato", afirmou.