
Hana Khalil e Maicon Rodrigues conseguiram conciliar suas agendas de trabalho para curtir dias de sol, praia e muito romance na Ilha de Boipeba, na Bahia. A viagem, que atende à paixão pelo mar dos piscianos, também celebra o reencontro da apresentadora e do ator, que reataram recentemente o namoro.
"Nossos amigos sempre falavam desse lugar. Eu e o Maicon somos amantes do mar. Piscianos bravos, que também amam a Bahia. Minha família é daqui. Para ele, tem uma importância muito grande na ancestralidade dele. A gente gosta muito dos baianos. A gente nunca tinha feito uma viagem organizada como essa. Geralmente, ele estava gravando trabalhos longos em novelas ou eu estava ocupada com os meus projetos. A gente não conseguia ter um tempo para a gente nunca. Por isso, quando deu, resolvemos vir para cá", disse ela, está há uma semana no local.
"A Praia de Castelhanos foi um dos lugares mais especiais que visitamos. A culinária e os drinques são muito bons aqui. As caipirinhas são feitas com frutas locais, que não encontramos no Rio de Janeiro. Somos da água e temos tido experiências maravilhosas. Poder comer, beber e estar no mar é uma delícia. Esse lugar simboliza a maturidade que a gente tem buscado e os desafios que a gente tem se proposto após tantos anos para entender um ao outro. Estamos com outra cabeça, outra disponibilidade e certezas ainda maiores. Quanto mais o tempo passa, mais a gente percebe que isso que a gente tem nunca vai terminar", conta.

ENCONTRO DAS ÁGUAS
Os dois se conheceram na escola e têm uma história de mais de dez anos. Hana explica que quando tentou seguir um caminho sem o Maicon, não se sentia no rumo certo.
"Nosso amor é algo muito sagrado. Esse reencontro se deu após a gente perceber que tem algo que conecta a gente muito além de qualquer explicação. A gente não reconhece um caminho sem o outro. Além de um laço afetivo, a gente tem um laço resistente que diz respeito a como a gente vive o sucesso um do outro. A gente é muito parceiro de vida e de carreira. As conquistas dele são minhas e as minhas são dele. Ele sonha muito junto comigo, desde que a gente é adolescente. Esse reencontro foi marcado por eu ver que ele realmente é o cara que está mais próximo de tudo o que eu amo em uma pessoa. Ele é realmente o homem que evolui junto comigo e que sempre se mostra melhor. Fico muito feliz de ter o Maicon ao meu lado", celebra ela, que vê a importância do afastamento para o amadurecimento da relação.
"Cada vez que a gente encerra um ciclo é como aquela música do Gilberto Gil, Drão. 'O amor é como um grão tem que morrer para semear'. Cada vez que a gente morre para renascer, a gente está construindo uma semente mais resiste e forte. Temos mais maturidade. Não há nada melhor do que o nosso amor. Não é um namoro normal. É um namoro de duas pessoas que se conheceram na adolescência, na escola. É um outro tipo de história e participação na história um do outro", explica.

EVOLUÇÃO
Questionada se faz planos de se casar e ter filho, Hana explica que agora está mais focada em viver o momento feliz em que os dois se encontram.
"Enxergamos a nossa conexão acima de qualquer coisa. A gente preserva tudo isso e não tem pressa porque acha que isso estraga também um pouco os acontecimentos, o processo como ele é. As pessoas são viciadas em se encaixar em etapas da vida. Estão mais interessadas em casar do que em entender aquilo ali. Ter filhos até entendo, mas não é nossa vontade agora. Tem muitas coisas mais importantes agora do que engravidar e pausar um ano da minha vida para me dedicar a uma criança. Quero estar muito apta para isso e responsável o suficiente para cuidar de uma criança como ela deve ser cuidada. É muito sério ter um filho. Tem que ter muita atenção e dedicação para botar uma pessoa no mundo. A gente tem ainda muita coisa para fazer antes disso. Queremos viajar muito, além de outras coisas. Vamos de DIU (risos), que segue funcionando muito. Queremos que o nosso amor esteja cada vez mais forte para a gente tentar construir uma coisa depois. Mas digo com toda certeza que ele é homem da minha vida e a gente está sendo muito feliz", afirma ela, animada com seus projetos profissionais.
Hana escolheu Maicon como o primeiro convidado de seu podcast Subversalab. Além de representatividade na dramaturgia, eles conversam sobre temas como estigmatização dos atores pretos e emancipação da população preta.
"O Maicon é uma pessoa muito consciente em vários âmbitos e aberta a conhecer sobre tudo. Namorar com ele não me faz ter mais profundidade em termos raciais, porque acho que não foi só ele que me trouxe isso, foi viver com várias pessoas pretas ao meu redor. Eu como pessoa branca sempre me interessei por isso para não ser mais uma pessoa racista, que reproduz coisas ruins. Tenho muitas pessoas pretas maravilhosas ao meu redor, mas também busco por mim mesma. Nós brancos temos começar a pensar por nós mesmos também. A gente tem internet, livros e outros meios de estudar mais. Se a gente não vai atrás disso, a gente está sendo cômodo. É minha obrigação estar atenta a tudo isso a todo o momento, dependendo de namorar ou não uma pessoa preta. É uma obrigação que toda pessoa branca tem", diz ela.

Seus fãs ficaram muito empolgados com o retorno do namoro. O que você acha disso? Sente uma certa pressão em ter um namoro público?
Meus fãs gostam muito do Maicon e ficaram muito felizes. Acho que existe sim uma certa pressão. Quando eu terminei com ele, as pessoas me perguntavam sobre ele o tempo todo. Ficaram insistindo. Mas acho que tem muito a ver com o que a gente representa para as pessoas. Muitas pessoas se inspiram na gente. Somos muito reais. Isso traz para o nosso público um alento de nós dois sermos pessoas parecidas, de estarmos ligados a pautas sociais e levantar bandeiras juntos. É uma puta responsa. A gente perde um pouco a nossa autonomia como pessoa, indivíduos que não querem expor certas coisas... Não temos pretensão de ser um casal do marketing, não vendemos nosso namoro assim. Tenho muita vontade de mostrar, até com o podcast, um pouco mais do Maicon, que é um ator daqueles bem raiz mesmo. Ele gosta da individualidade dele, não se expoe muito. Eu sou uma pessoa totalmente exposta, já estive em dois reality shows. Para mim é diferente. Aprendo muito com ele sobre preservar a nossa individualidade.
Os holofotes no namoro já atrapalharam?
Já atrapalharam, mas não a ponto de fazer a gente brigar ou gerar conflitos. O Maicon não gosta muito de atenção para essa coisa, mas eu sou mais livro aberto. Meu trabalho é expressar o que a vida diz para a gente, é muito sobre as minhas vivências...
Ele é o seu primeiro convidado do Subversalab e está abordando questões importantes sobre emancipação preta, representatividade na arte e racismo. Namorar com ele fez você ter um olhar diferente para essas questões?
O Maicon é uma pessoa muito consciente em vários âmbitos e aberta a conhecer sobre tudo. Namorar com ele não me faz ter mais profundidade em termos raciais, porque acho que não foi só ele que me trouxe isso, foi viver com várias pessoas pretas ao meu redor. Eu como pessoa branca sempre me interessei por isso para não ser mais uma pessoa racista, que reproduz coisas ruins. Tenho muitas pessoas pretas maravilhosas ao meu redor, mas também busco por mim mesma. Nós brancos temos começar a pensar por nós mesmos também. A gente tem internet, livros e outros meios de estudar mais. Se a gente não vai atrás disso, a gente está sendo cômodo. É minha obrigação estar atento a tudo isso a todo o momento, dependendo de namorar ou não uma pessoa preta. É uma obrigação que toda pessoa branca tem.

Vocês como casal interracial sofrem preconceito?
Existe um olhar de dois lados da sociedade. Tem pessoas brancas que são muito racistas. Já ouvi coisa como, 'a Hana gosta de pegar pessoa negra, né?'. As pessoas racistas falam isso como um fetiche, algo diferente. Você não fala isso para uma pessoa branca. Isso é uma consequência desse racismo velado e estrutural. Não é que eu goste de pegar pessoas negras. Eu gosto de pessoas. Muita gente ainda está em um setor muito branco. Não me retiro disso. Quando você encontra uma pessoa, tem que estar atento a todas essas questões. É muita responsabilidade porque com esse cara eu quero casar, ter filhos... Vou ter que estar sempre me superando em relação a essa pessoa que está fadada a não compreender esferas diferentes. Você não pode apenas se dizer aliado e antirracista. Tem que agir. É bem mais complexo.
O que mais você tem preparado de conteúdo para essa nova versão do subversalab?
Esse projeto expressa tudo o que eu quero fazer com as pessoas que eu conheço e que são incríveis. Não quero fazer isso sozinha. Quero trazer essas pessoas para elas terem espaço de explicar coisas que talvez eu não consiga. Tem muita gente mais foda para falar. Tem pessoas incríveis e que têm muita coisa a dizer, como a Marcela Mc Gowan. Além de médica, ela é inteligente e consegue organizar as coisas muito bem. Está muito bom. Precisava de um podcast para juntar essa galera.
