
Rafa Brites, de 34 anos, experimentou a mudança da cidade para a vida no campo em meio à pandemia de Covid-19. Passando a maior parte do tempo em seu sítio, que fica a uma hora e meia de São Paulo, a apresentadora inclui em seu dia a dia atividades que a fazem sentir-se mais perto da natureza.
“Eu cresci num sítio. A gente tem essa relação no Rio Grande do Sul com a terra, com a plantação. A vida inteira eu plantei laranja. Eu morava em Porto Alegre, mas todo fim de semana estava num sítio. Depois que eu fui mãe, tinha o sonho de proporcionar esse contato com a natureza para o meu filho”, explica.

A vida no campo interfere na educação de Rocco, de 3 anos, seu filho com Felipe Andreoli. Rafa diz que o menino é “apaixonado” por animais e tem mostrado ainda mais interesse por répteis - principalmente cobras.
“Eu e Rocco plantamos árvores frutíferas, combatemos cupins… já apareceram quatro cobras dentro de casa, e a gente faz resgate e devolve para a natureza. Rocco não brinca de carrinho, boneca ou super-herói. Todos os brinquedos dele são animais. Ele é fascinado por cobras, répteis, lagartos e dinossauros. Hoje em dia é mais [interessado] por cobras. Ele sabe todas as espécies, qual é sucuri, jararaca… até quando ele joga algo no iPad é jogo de cobra. Ele ama! Quando ele acha que alguém vai machucá-las, ele chora e fala ‘deixa ela’. Ele é muito apaixonado pelos animais, e eu acho emocionante, ainda mais hoje que é tão difícil mantê-los longe das telas”, detalha.

Rafa relata ainda o desafio de oferecer outros passatempos para o menino além de recursos eletrônicos. “Não vou romantizar e dizer que meu filho não assiste a TV. Quando eu preciso, ponho ele para ver um desenho ou jogar. Mas é muito importante como pais nosso esforço para achar outras atividades, que a gente provoque isso neles. Nossa tendência com falta de tempo, pandemia e home office é deixá-los muito tempo com telas, o que eu acho que é um recurso, mas não pode ultrapassar o limite”, acredita ela.
A apresentadora desabafou recentemente a Quem sobre sua saída da TV, afirmando que era “deixada levar pela vaidade”. Rafa agora usa suas redes sociais, com 2 milhões de seguidores, para divulgar suas palestras e cursos. No entanto, a relação com a rede social nem sempre é como ela gostaria.
“Hoje o Instagram é uma grande fonte de renda, e o algoritmo requer que você o alimente sempre. Mas eu sinto que quando o entorno está triste e conturbado, eu também fico de luto, e é difícil pensar num conteúdo que seja verdadeiro e acrescente algo na vida das pessoas. Tem dia que não quero aparecer”, afirma.
Enquanto se divide entre seus compromissos, acredita “não ter tempo a perder” e por isso se dedica pessoalmente à obra de casa, colocando a mão na massa sempre que pode. Ao mesmo tempo, o processo da construção contribui para seu autoconhecimento.
"Eu sou ansiosa. Peço um orçamento, me dão 90 dias de prazo e eu não me aguento. Compro mostruário da loja, enfio no carro e eu mesma vou construindo. Vou aprendendo muita coisa porque parece que eu não tenho tempo a perder. Isso é com tudo! E é muito legal a gente entender que é assim porque antes eu ficava brava com o Felipe, só que cada um tem um ritmo. Eu sou zero explosiva, mas sou muito animada e empolgada com as coisas”, admite Rafa.

Trilhando a carreira que sempre sonhou, a coach agora consegue gerenciar a própria agenda da melhor forma possível para ter “dias perfeitos” quase sempre: “Dia perfeito é o que eu consigo viver de acordo com o que estou sentindo. Se estou mais em luto, fico mais recolhida, por exemplo. Difícil pra mim, já que temos responsabilidades, é levar o dia de forma diferente do que sinto. Hoje em dia eu consigo coordenar a agenda para isso, até com meu ciclo menstrual. Não lanço curso quando estou na TPM, por exemplo. Até nisso eu me reconectei".

Rafa acredita que suas escolhas refletem no futuro que deseja para Rocco. Enquanto o seu filho ainda é criança, Rafa pôde ver seu exemplo refletido na carreira de Felipe Andreoli.
“Não tem qualquer palavra de ensinamento para os filhos que seja maior do que o exemplo. A maior expectativa que eu tenho para o Rocco é que ele seja feliz, e não tem como eu falar para ele realizar os sonhos dele enquanto eu estou presa numa narrativa que não é minha. Eu quero ser esse exemplo de mulher realizadora, destemida, que não tem medo de assumir suas falhas e recalcular a rota da vida”, diz.
“Felipe, por exemplo, saiu do entretenimento da Globo e foi para o Esporte. Para qualquer pessoa que pensar financeiramente, não vale a pena. No entretenimento, você faz um monte de propaganda. Mas um dia ele falou ‘Amor, é a minha paixão’. O que eu vou falar? A audiência dele está maravilhosa. Ele é workaholic, chega em casa vê futebol, basquete… ele sempre fez isso, a diferença é que agora é o trabalho dele”, brinca ela.
