
A influencer Pamela Puertas divulgou um comunicado se posicionando sobre a publicação paga pelo governo do presidente Jair Bolsonaro para divulgar a busca por "atendimento precoce" contra a Covid-19 em sua rede social. Ela confirmou que foi, de fato, contrada pela Secretaria de Comunicação para fazer uma ação sobre atendimento precoce, recebendo R$ 2,5 mil, valor que diz que será doado para uma campanha contra a fome - além dela, a ex-BBB Flávia Viana, João Zoli e Jéssika Taynara também teriam recebido cachês para realizar a campanha em janeiro deste ano.
Pamela ainda afirmou que jamais foi a favor de tratamento precoce, mas que é a favor de "um atendimento de profissional, qualificado, baseado na ciência e que possa dar informações relevantes para o paciente na recuperação e nos cuidados com essa e qualquer outra doença".
Leia na íntegra:
"Quero deixar claro que, como influenciadora digital, fui de fato contratada pela SECOM para fazer uma ação sobre atendimento precoce. Aqui um esclarecimento, sempre pensei em ter um canal digital para poder ajudar e contribuir com as pessoas da melhor forma possível, auxiliando com informações ou dicas que possam de fato ajudar os meus seguidores.
Quero deixar bem claro que jamais fui a favor de tratamento precoce. E, não tenho conhecimento suficiente para indicar medicação para qualquer pessoa e por isso não acredito em medicação milagrosa, porém entendo como atendimento precoce a pessoa ter acesso a um médico, que de fato possa acompanhar e dar toda a assistência necessária, de como a pessoa deve proceder ao ser diagnosticada com Covid-19.
Portanto, não sou a favor da utilização de qualquer medicação precoce e sim de um atendimento de profissional, qualificado, baseado na ciência e que possa dar informações relevantes para o paciente na recuperação e nos cuidados com essa e qualquer outra doença.
Para ser mais clara ainda, recebi R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais) pela ação, vou doar essa quantia para a Campanha Band Contra a Fome, pois nunca quis levar qualquer vantagem e como profissional deste setor de influenciadores aceitei fazer a campanha muito mais para auxiliar os que me seguem, já que entendo que essa informação do atendimento precoce é de fato relevante, para que uma pessoa não fique contaminada e acabe buscando ajuda médica após estar em uma situação grave.
Reitero, só um médico pode prescrever medicamento e amparado na ciência.
Sem mais,
Pamela Puertas"
Mais cedo, Flávia Viana fez uma série de posts no Instagram, chorando e se desculpando por seu post. "Não me meto com político, acho que o que os governantes fazem com a gente é fazer todo mundo de palhaço, eu tenho nojo de falar de quem governa do nosso país. Não me interpretem mal, minha intenção foi de alertar e de cuidar", lamentou ela.
"Minha intenção ao fazer o trabalho foi única e exclusivamente ajudar. Intenção de cuidado com as pessoas que me assistem. Não acredito em tratamento precoce dessa doença tão louca que está espalhada por aí", afirmou a ex-BBB, que teria recebido R$ 11,5 mil pela publicação de 14 de janeiro.

ENTENDA
A ex-BBB Flávia Viana e os influenciadores João Zoli, Jéssika Taynara e Pam Puertas teriam recebido dinheiro do governo do presidente Jair Bolsonaro para divulgar a busca por "atendimento precoce" contra a Covid-19 nas redes sociais. De acordo com a reportagem da Agência Pública, 23 mil reais dos cofres públicos foram destinados aos cachês dos famosos para realizar a campanha em janeiro deste ano.
Conforme os documentos obtidos pela reportagem, Flávia, que participou do BBB7, teria recebido R$ 11,5 mil. "Se vocês sentirem os sintomas da Covid, que são: dor de cabeça, febre, tosse, cansaço, perda de olfato ou paladar, é muito importante que você procure imediatamente um médico e solicite um atendimento precoce, atenção, eu disse atendimento que significa procurar ajuda antes que piorem, é essencial para maiores chances de recuperação, viu?", escreveu ela na publicação, feita em 14 de janeiro (veja abaixo).
João Zoli também confirmou ter feito uma publicação para o Ministério da Saúde, mas negou o recebimento de cachê de 23 mil reais - a reportagem indicou que o valor se tratava do total investido nos cachês de influenciadores. "Depois pergunta para eles qual conta caiu 23 mil reais... Na minha não foi não! Fiz um post para o Ministério da Saúde, sim. Alertando as pessoas de ficaram em casa", afirmou ele à Quem.