
Tatiana Ruiz se lembra com carinho do período em que ficou conhecida como a mini Scheila Carvalho por integrar o grupo infantil inspirado em É o Tchan, Mulekada. A jovem, que aos 6 anos, foi até a África para se apresentar ao lado de Julyana Lee e Kleber Rammos, hoje leva uma vida bem diferente como policial militar.
“Me formei em Direito e sempre gostei dessa questão do direito penal e dessa área policial. Gosto da profissão pelo fato de poder ajudar outras pessoas. A gente encontra pessoas em momentos vulneráveis, que acabaram de ser vítimas de algum crime, e poder ajudá-las de alguma forma é muito gratificante”, conta ela, aos 26 anos.
A falta de rotina, que pode gerar momentos de adrenalina a qualquer momento, também a atrai. “Faz quatro anos que trabalho como policial militar. Já tive alguns momentos de adrenalina. É uma profissão que não tem rotina, a gente pode ser surpreendido a qualquer momento. Mas na hora, a gente nem pensa muito e vai com instituto de ajudar as pessoas. Gosto bastante.”

Assim como na infância, Tatiana segue vaidosa. Todos os dias antes de ir para o trabalho, ela passa batom, blush e máscara de cílios. “Me maquio todo o dia. É uma maquiagem básica, mas nunca saio de casa sem máscara de cílios, lápis de sobrancelha, blush e batom. Sou bem vaidosa e me cuido bastante”, diz.
Nas horas vagas, ela se dedica aos cuidados com a filha, Alice, de 2 anos, e ao trabalho de influenciadora digital. Com 36 mil seguidores no Instagram, ela sonha em voltar a trabalhar no meio artístico, que deixou aos 11 anos.
“O 'Mulekada' terminou quando eu tinha 11 anos e fiquei em São Paulo por um tempo tentando outros meios. Fiz artes cênicas e várias peças de teatro, minisséries... Mas daí tive um problema familiar, a minha mãe ficou muito doente na época. Como era só eu e a minha mãe em São Paulo, ela achou melhor a gente voltar para Curitiba. Essa volta foi traumática e decidi não mexer mais com o meio artístico por um bom tempo. Mas estou sempre aberta a novas possibilidades e projetos. Estou trabalhando como produtora de conteúdo e digital influencer. Tenho muita vontade de trabalhar e estou me esforçando para isso. Recebo muito carinho. Estou aberta a um milhão de possibilidades.”

Como foi fazer parte do Mulekada?
Tenho muita gratidão por tudo que vivi no 'Mulekada' com Julyana e Kleber. Mantenho contato com eles até hoje! Foi uma fase muito bacana, em que vivi momentos especais. Essa rotina de fazer shows e programas de TV nunca pesou para mim. Era muito novinha, mas sempre fiz tudo com muito amor e carinho. Às vezes, me perguntam se eu acho que foi prejudicial ter trabalhado tão novinha. Acho que não, porque foi uma época em que vivemos muito momentos especiais. A troca de carinho com o público era de tanto amor. Essa época também fez com que eu crescesse e me transformasse em quem sou hoje. Então, o sentimento maior é de gratidão por ter feito parte do grupo.
Vocês foram até para a África com o trio...
Ficamos 15 dias na África, em Angola, e fizemos vários shows por lá. Lembro que quando a gente chegou lá, eles fizeram uma recepção com uma apresentação. Apesar de ser um país com muitos problemas em termos de alimentação e saúde, a gente foi recebido com muito amor e carinho. Ainda hoje recebo mensagens de pessoas que vivem na África falando que eles ainda escutam Mulekada.

O assédio sempre foi positivo?
Até hoje as mensagens que eu recebo em relação ao grupo são de muito carinho. Tem gente que conta que curtia o grupo na época e que hoje mostram para os filhos os vídeos do Mulekada. Todo mundo viu o Mulekada como três crianças se divertindo. Nunca foi visto como pejorativo ou sensual demais. Sempre foi visto com muita inocência e alegria.
O que fez com o seu primeiro cachê?
Eu tinha seis anos de idade, era muito pequena, meus pais que controlavam o cachê. O dinheiro sempre foi investido em educação. Consegui ter uma base de cursos bem bacana. O dinheiro foi investido na minha formação mesmo.
Conseguiu mudar a condição da sua família com o que ganhou com o grupo?
A gente ganhou dinheiro com o Mulekada, mas não é aquela coisa de ‘nossa, sou milionária’. Isso não aconteceu. Me trouxe alguma estabilidade na época e a oportunidade de investir em estudos e cursos de capacitação. O Mulekada, volte e meia, me traz uma graninha. Nada que me faça milionária ao ponto de comprar uma mansão de quatro milhões de reais. Hoje, eu proporciono uma vida boa para mim e para a minha filha com o dinheiro do meu esforço do dia a dia, não com o da Mulekada.
Sua filha já mostra jeito para a carreira artística? Apoiaria?
Ela é muito nova, mas já mostra talento. O pessoal que vê os vídeos que eu posto dela sempre comenta. Ela é muito carismática, dança e adora fazer charme para foto e vídeo. Ela já escolhe as roupas dela. Ela tem muito jeito para o meio artístico. Apoiaria, sim. Não falaria, “siga esse caminho”, mas a apoiaria.


