
A atriz Viola Davis, que completou 55 anos recentemente, contou em entrevista à revista Vanity Fair de julho que sente como se toda a sua vida fosse um protesto. "Minha produtora é meu protesto. Eu não usando peruca no Oscar 2012 foi meu protesto. É uma parte da minha voz, assim como me apresentar a você e dizer: 'olá, meu nome é Viola Davis'", disse ela, que foi a primeira mulher negra a ganhar um Emmy como atriz principal em um drama com a série How to Get Away With Murder.
Viola falou sobre sua infância difícil e creditou o poder de seu trabalho ao desespero de sua infância empobrecida em Central Falls, Rhode Island. Quinta de seis filhos, com um pai alcoólatra e às vezes violento, a jovem Viola costumava ter problemas na escola, passava fome e ficava sem tomar banho. Sua família nem sempre tinha dinheiro para água e sabão, muito menos café da manhã e jantar. Ela contou que fez xixi na cama até os 14 anos e às vezes ia para a escola fedendo à urina. "Quando eu era mais jovem, não usava minha voz porque não me sentia digna de ter uma voz", afirmou ela, que mudou de pensamento com a ajuda da mãe e das irmãs. "Não encontrei meu valor sozinha", justificou.
Embora tenha conquistado um Emmy e um Oscar (em 2017, como atriz coadjuvante no filme Um Limite Entre Nós), Viola contou ter alguns arrependimentos na carreira, como sua participação em Histórias Cruzadas, que lhe rendeu uma indicação em 2012. "Poucas narrativas investem na nossa humanidade. Eles investiram na ideia do que significa ser negro, mas está atendendo ao público branco. Uma parte de mim que sente como se tivesse me traído e ao meu povo por fazer um filme criado na fossa do racismo sistêmico", criticou ela, que foi clicada pelo fotógrafo por Dario Calmese.
