Otávio Müller confessa que é tímido e ansioso. Aos 47 anos, ele vive o Djalma, do seriado "Tapas & Beijos", da TV Globo, e diz que chegou a ter síndrome do pânico por não saber lidar com a fama: “Morro de vergonha”. Hoje, está recuperado e se diverte ao falar até do excesso de peso: “Por mais estranho que pareça, eu como coisas saudáveis”.
Ele conta também que mudou sua vida pelas filhas, Maria, 6 anos, e Clara, 4, do casamento com a arquiteta Adriana Junqueira – o ator também é pai de Francisco, 17, filho da cantora Preta Gil. “Não quis fazer turnê (de teatro) porque quero ficar perto delas”, conta Otávio, que recebeu a repórter Ana Paula Bazolli para responder às perguntas dos leitores enviadas ao site de QUEM.
1 - Você gosta de fazer comédia ou não vê distinção nos trabalhos?
Isapoema dos Santos, Rio de Janeiro (RJ)
Não vejo distinção nenhuma. O que me faz aceitar um papel é um bom personagem, as pessoas envolvidas e uma boa história. O Djalma é exatamente isso. O texto é muito bom, o personagem é legal e a equipe, muito bacana.
2 - Como é fazer o Djalma?
Bernardo Dumont, Alfredo Vasconcelos (MG)
Tenho cenas deliciosas com seu Chalita (Flávio Migliaccio). É legal encontrar a Fernandinha de Freitas, Andrea (Beltrão) e Fernanda (Torres). Essas três já são um prato cheio. Tenho cenas com o Vladimir (Brichta), que é um amigo e um ator delicioso de jogar, como todos são. Eu rio às vezes lendo as cenas, o que para mim é um termômetro determinante.
3 - O que a fama mudou na sua vida?
Beatriz Barbosa, Niterói (RJ)
Passei a ter síndrome do pânico logo depois de Vale Tudo, novela em que estreei, aos 19 anos. Fiz terapia para me curar e faço até hoje para diminuir a ansiedade. Odeio tudo isso. Acho que é legal a pessoa que vem conversar, mas acho estranho tirar uma foto sem falar contigo primeiro. Morro de vergonha. Não sou grosseiro nem adepto de briga, mas, às vezes, a abordagem é esquisita.
4 - Como foi a sensação de ganhar o prêmio de melhor ator com o filme O Gorila? O que o cinema representa para você?
Marcos da Rocha, Santos Dumont (MG)
Fiz O Gorila há um ano e é totalmente diferente de Tapas & Beijos. É um drama pesadíssimo do autor Sérgio Sant’Anna, do diretor José Eduardo Belmonte, do produtor Rodrigo Teixeira. Decidi me dedicar profundamente ao cinema há pouco tempo e já fui ganhando esse prêmio de melhor ator no Festival do Rio 2012! Fiquei muito emocionado.
5 - Você tem um filho adolescente com a Preta Gil, o Francisco. Como é sua relação com ele?
Silvana Pereira, Salvador (BA)
Filho adolescente nos dias de hoje é complicadíssimo. É barra pesada e tem que estar ligado o tempo inteiro. Converso muito com ele, ele é um cara muito legal, mas com vários problemas comuns aos adolescentes. Ele se parece muito comigo.
6 - O que mudou em sua vida com a chegada das filhas?
Pedro Gomes, Niterói (RJ)
As filhas pequenas são a razão da minha vida agora, minhas paixões. Mudou tudo. Não quis fazer turnê, nem teatro em São Paulo, porque eu moro no Rio e quero ficar perto delas. Gosto de levar ao colégio, trocar fralda e não deixo de ir à praia por causa de paparazzo, mas morro de vergonha, até porque sou um gordo e careca na praia (risos).
7 - Você tem algo do Djalma, como esconder comida ou já ter se relacionado com uma mulher bem mais jovem?
Joaquim Fortes, São Paulo (SP)
Não tenho nada do Djalma. Gosto muito de sair, minha mulher tem a minha idade, gosto de criança, ele não gosta e não sai daquela esquina. Não como besteira que nem ele, como muito menos. Por mais estranho que pareça, eu como coisas saudáveis.
8 - Por que desistiu do sonho de ser jogador de futebol?
Lyan Frank, Juiz de Fora (MG)
Não entendo nada de futebol, era goleiro. Gordo é goleiro (risos). Adorava e jogava amarradão. Foi uma escolha minha não ser jogador, queria isso porque era coisa de menino, estava no início da vida. Mas, na verdade, nunca pensei em ser outra coisa, queria ser ator.
9 - Em mais de 20 anos de carreira, qual foi seu trabalho mais marcante?
Danielle Faria, Nova Iguaçu (RJ)
Não tenho um, mas sinto saudade de toda a minha vivência de teatro em grupo, dirigido por Bia Lessa, com Fernanda Torres, Cláudia Abreu, Betty Gofman. Trabalhei dez anos no teatro e também fora do Brasil. Tipo seleção brasileira, viajei o mundo inteiro, isso foi uma experiência muito maneira. Tenho saudade dessa hora, de ir a França, Alemanha, Estados Unidos, Canadá... Tenho muito orgulho de Vale Tudo, Memorial de Maria Moura e Os Maias. Orgulho também do meu casamento com (José) Wilker em Desejos de Mulher.
10 - Quais são seus próximos projetos?
Zilma Barbosa, Brasília (DF)
Tenho projetos como diretor de teatro, de cinema e como ator. Tenho muita ideia e vontade de conseguir fazer todas essas coisas.